Manejo Integrado

por: Jean Marcel Ragugnetti Furlaneto

e-mail: jeanmarcelfurlaneto@gmail.com

Em um de meus artigos discorri de forma mais ampla a revolução que estamos vivenciando no agronegócio brasileiro. A adoção de práticas sustentáveis, tem se mostrado não só mais viável e confiável, como também complementar aos manejos tradicionais existentes.

Sempre que me perguntam se eu creio que a solução é biológica, e que devemos substituir os agroquímicos, eu procuro ver com bastante ceticismo. Porque? A ciência evolui constantemente, e o que levamos décadas para construir e nos trazer até os patamares atuais não deve ser renegado, negligenciado ou simplesmente substituído. É, antes de tudo, necessário entendermos alguns pilares.

A construção evolutiva cientifica levou a sairmos de produções de 30 a 40 sacas de soja por hectare, para capacidades produtivas (eu disse capacidades) próximas a 100 sacas por hectare.  As práticas de manejo igualmente forneceram ferramentas eficazes para controle de muitas pragas e doenças.  Porém, esta mesma balança tem um outro lado. Se ao mesmo tempo produzimos mais, e controlamos mais alguns complexos de pragas e doenças, também causamos um desequilíbrio em todo o complexo. As mesmas pragas que assolavam algumas de nossas commodities, e que nos impediam de avançarmos em produção de alimentos, eram a base da cadeia metabólica de outras pragas e doenças. Neste sentido não é difícil vermos que o desequilíbrio também trouxe novos problemas. Pragas que antes não eram problemáticas a níveis de dano econômico passaram a significar maiores perdas. O sistema de equilíbrio do solo perdeu-se devido ao fato de que ao mesmo tempo em que controlamos quimicamente pragas e doenças, levamos uma parte salutar junto. Não tem almoço de graça como costumo falar. Nesta equação, sempre há um preço a se pagar. Se por um lado produzimos mais, por outro empobrecemos a cultura em algum dos seus componentes. Vejamos o caso da soja, que tivemos aumentos vertiginosos nos números de variedades e ciclos culturais, e aumentos produtivos, mas que em contrapartida teve seus teores de proteína não tão vastamente trabalhados e renegados.  

 

Bases conceituais do manejo Integrado de Pragas

Neste amplo e complexo cenário, a melhor maneira a pensar não é a de que a indústria e o comércio de produtos agroquímicos sejam inimigo do comercio de produtos biológicos. Isso não existe, e basta vermos casos como a de multinacionais que tem modificado ou implementado seus portfólios, de forma a integrar soluções que proporcionem melhores resultados, com menores custos diante de um cenário global cada vez mais competitivo.

Os produtos biológicos são uma realidade e a adoção destes em combinação sinérgica com agroquímicos será cada dia mais realidade. Em um sistema produtivo evolutivo, a integração destes é essencial. São ferramentas complementares. Basta analisarmos casos de pragas e patógenos que têm se mostrado segundo premissas darwinistas resistentes as moléculas, e princípios ativos agroquímicos, mas que não conseguem ter esta mesma frente em relação aos produtos biológicos.

Conceito de MIP

O conceito chamado “Manejo Integrado” há muito tempo conhecido e estudado na agronomia, que trás exatamente em sua base a utilização de ferramentas complementares capazes de otimizar o uso de insumos e aumentar a sustentabilidade dos sistemas agrícolas ganha cada vez mais espaço. Num mercado global, aqueles que se atentarem para as melhores práticas, manejos mais adequados, com melhores resultados e maiores rentabilidades sobreviverão. A evolução das formulações, e consequentemente eficácia dos produtos biológicos, a pesquisa e desenvolvimento cada dia maior, tem mostrado ao mercado a cada dia novas opções, soluções e manejos que possam se complementar. Se antes alguns viam com ceticismo, descrença ou desconfiança o manejo integrado biológico e químico, hoje a realidade é outra. Ou nos atentamos a integração, e sua necessidade em termos evolutivos, ou estaremos renegados a assistir a história passar diante de nossos olhos. Quer saber mais sobre como podemos lhes proporcionar soluções integrativas ao manejo tradicional? A Laboragro® tem algumas das respostas!

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